quinta-feira, 31 de julho de 2008

Meus Oito Anos

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor,que sonho,que flores,
Naquelas trdes faqueiras
À somra das bananeiras.
Debaixo dos laranjais!

Como são belos os dias
Do despertar da existência !
Respira a alma inocência
Como o perfumes a flor.
O mar- é lago sereno.
O céu-um manto azulado.
O mundo-um sonho dourado.
A vida-um hino d´amor!

Que auroras.que sol,que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria.
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d´estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando o mar!

Oh! dias de minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas dalícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!

Livre das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberto o peito
-pés descalços,braços nus-
Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!

Naqueles tempos ditosos,
Ia colher as pitangas.
Trepava a tirar mngas,
Brincava à beira mar.
Rezava as Ave- Marias.
Achava o céu sempre lindo ,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!

Oh! que sudades que tenho
Da aurora da minha vida.
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor,que sonhos,que flores.
Naquelas tardes faqueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!



Autor: Casimiro de Abreu

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